Política à Portuguesa

Fico por vezes, abismado com a desfaçatez de certos agentes políticos, normalmente, de partidos da Oposição, e isto serve também para o actual partido no poder, quando é oposição a outros, pela ligeireza com que dizem “cobras e lagartos” do governo, seja ele qual for.

Estou convencido de que, o Ministro da Saúde, poderá ter algumas dificuldades de comunicação, nomeadamente, na explicação das políticas da sua área, mais ou menos gravosas para o cidadão comum que, se explicadas em devido tempo, não levantariam a celeuma e as reticências que neste momento se verificam, tanto pelos cidadãos da Anadia, como noutros de cidadania adiada.

Nos últimos dias, morreram duas crianças, uma das quais, até ver, e de acordo com os próprios familiares, pouco tiveram a ver com o encerramento das urgências e falam inclusivamente em doenças congénitas como causa principal da morte do bebé; neste contexto, foram os pais da criança de Anadia, a quem presto a minha homenagem, quem mais esteve à altura e, muitos pontos acima daqueles que, por puro oportunismo, se quiseram aproveitar da sua dor.

Por outro lado, começo a ficar farto do "botar faladura" algo paternalista do Sr. Louçã que não perde uma oportunidade de se chegar à frente duma qualquer câmara de TV, para se promover, será que esse senhor tem sempre razão?.

Seja coerente Sr. Louçã, se é tão esquerdista como pensa, a bondade das suas propostas virá ao de cima no dia certo.
Cheguei a escolhê-lo, para um possível voto em eleições Legislativas, pela sua hipotética política progressista, seja lá isso o que for, mas que se está a revelar mais conservadora que a de Bush, “o americanado".

Teria muita razão se, em vez de se preocupar com as promessas do PM, não cumpridas, de facto, se preocupasse com a falta de firmeza dos nossos políticos, na prossecução de acções que, verdadeiramente interessam ao nosso povo.

Gostaria, a propósito, de o ver, antes de entrar numa casa supostamente recheada de valores, prometer mundos e fundos aos seus concidadãos mais pobres e ao entrar na dita, verificar que a mesma continha apenas trapos velhos e outras coisas sem valor: cumpriria a sua promessa? Onde arranjaria o dinheiro? Empenharia os seus bens para cumprir? É que falar é fácil e para um advogado, mais ainda…
Se há coisa que eu admire no actual Primeiro-Ministro, é a sua firmeza e, por que não, alguma teimosia, para levar a cabo as suas convicções; preciso dar exemplos? Recomendo aos seus detractores, um pouquinho de juízo.

Comentários

Ailime disse…
Embora concorde com alguns aspectos da sua análise política, a mim o que mais choca na sociedade actual é a juventude aceitar de mão beijada tudo o que lhe é imposto!

Parece andar tudo contentinho da vida.

A nossa geração era muito mais atenta ao que se passava e não havia os meios de comunicação de que agora dispõem!

Éramos muito mais intervencionistas. Talvez não tivéssemos sabido transmitir a esta geração alguns conhecimentos que são imprescindíveis para a sua formação como bons cidadãos.

Ninguém repara que não há investimento, que o nosso país não produz nada do que consumimos e, é ver os jovens, na sua grande maioria, dependentes de seus pais, porque não têm emprego!

Sim, emprego, porque trabalho ainda vai existindo!

Não lhes faltam bons carros, boas viagens, tudo a título de empréstimos que nos custam bem caros a todos e, estas facilidades estão a concorrer para uma sociedade adormecida e doente!

Que saudades dos velhos anos 60! O Maio de 68 em França, as primeiras revoltas nas nossas universidades e, logo a seguir, a revolução de Abril!

Goste-se ou não, mas era uma juventude inconformista!

Fez bem? Fez mal? Pelo menos, não esteve parada! A sociedade mexeu!

E de que maneira!

Agora, o que temos? Corrupção e uma letargia completa!

Mas, embora pareça pessimista, eu ainda confio nestes jovens, porque há excepções e, conheço bastantes, empenhados em fazer algo de novo pelos outros, pelo seu país!

Tenhamos esperança e confiança!"

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