PORTUGUESES... E ÀS VEZES!

É meu objectivo escrever neste espaço, tudo o que me apetecer sobre todos os que
 tiverem a sorte ou o azar de se cruzar comigo ao longo da vida.

Não devo nada a ninguém, também não quero nada de ninguém, a não ser aquilo que na minha opinião me é devido como pessoa e como cidadão e cujo critério, será sempre o de uma lógica de bom senso.

Desde a minha infância, a minha vida não tem sido uma "pêra doce".
Procurei gerir a minha vida de acordo com princípios de ética, tendo sempre em vista uma posição moral, baseada na minha vivência, a qual me foi ensinando a lidar com os acontecimentos e, como já disse atrás, bom-senso, seja lá isso o que for, mas que nunca será muito diferente do que a maior parte das pessoas, decidiram que fosse.

Quem teria a veleidade de querer pensar diferente, se isso não estivesse de acordo com parâmetros estabelecidos pela Sociedade?

Não sou eu, concerteza, porque isso passa por saber em primeiro lugar se essa Sociedade pensa grande, ou é apenas grande na sua pequenez.

Isto, apenas para dizer que nem tudo o que nos é apresentado como certo, o é, na realidade.

Aviso, desde já que não é fácil dissertar comigo, sou muito céptico: só creio, quando convencido da bondade, transparência ou utilidade do que me vendem como absolutamente correcto.

Tenho para mim que tudo o que penso em princípio estará certo, no entanto, também poderá não ser assim.

A diferença entre o certo e o errado, tem por vezes contornos muito pouco definidos.

Como sociedade entendo todo um conjunto de pessoas donas de ideias, pensamentos ou acções, que por consenso geral, mais se aproximam do bem comum.

O bem particular de cada um dos seus membros, deve ser procurado por eles mesmos, não colidindo com os interesses dos restantes.

Mas avancemos:

Às vezes revolta-me ter nascido numa porcaria de País, onde são valorizados os “bimbos” e esmagadas, com o maior dos desplantes, as pessoas que querem fazer disto, alguma coisa.
Pergunto: se tivesse nascido em França, Espanha e..., se quisesse dar exemplos, não precisava procurar muito, tenho a certeza que nas condições, com o património pessoal, familiar e profissional, e a capacidade de criar que julgo ainda ter neste momento, não tenho dúvidas que viveria muito melhor.
Confesso o meu anti-nacionalismo primário, sou daquelas pessoas que gostariam de ter como Pátria, a que, como cidadão, me tratasse melhor; infelizmente não é o caso:
Se estou doente, o Sistema de Saúde do qual faço parte como contribuinte pagante, não me resolve o problema, principalmente se os custos do tratamento, ultrapassarem determinados limites.
Em consultas de especialidade, tenho uma enorme lista de espera à minha frente.
Meios de diagnóstico, vulgarmente, exames, radiografias, análises, etc., é melhor esquecer.
Cirurgias, suponho que morria antes de entrar na Sala de Operações.
Com outros serviços do Estado, por vezes fico com a sensação que tenho de rastejar para ser atendido com ou sem a dignidade que qualquer cidadão devia merecer.
Justiça?!! Sou tratado como um cão, se tenho azar de cair numa qualquer esquadra de bairro, ou se sou presente a um Juiz para decidir o meu futuro próximo por suspeita de qualquer crime.
Isto é de loucos!
Recordo agora, que na minha juventude, quando estudava na, então Escola Industrial e Comercial de Castelo Branco, dava comigo a pensar que a minha aldeia era um lugarejo, a cidade de Castelo Branco era uma aldeia grande, e o meu País era uma merda, se comparado com as maravilhas que os emigrantes de França, Alemanha, ou Suiça, me contavam dos respectivos Países de acolhimento.
Após o 25 de Abril que me trouxe muitas esperanças, e com os apoios da UE, chego à conclusão que não somos só pobres, mas mal governados, senão vejamos: dinheiros desbaratados e dirigidos para os sítios errados e mais uma vez a comparação com países tão pobres em recursos como nós, e à partida, com o mesmo grau de desenvolvimento, e com uma extensão geográfica idêntica à nossa, já nos deixaram a milhas em termos de desenvolvimento. Exemplos? Grécia (o “mau aluno” segundo Cavaco Silva) Irlanda!
Tem piada que somos os trabalhadores mais mal pagos da “Europa dos Quinze”, no entanto, no Luxemburgo, somos nós Portugueses quem mais tem contribuído para a riqueza desse pequeno País.


Mas o nosso País continua a ter os Gestores mais bem pagos dessa mesma Europa dos Quinze e a Classe Média-Alta em Geral mais Alta, em relação a quem faz do trabalho por conta de outrem, a sua vida.
Não é em Portugal que são vendidos mais carros de luxo e alta Cilindrada per Capita, mau grado a crise que nos aflige nos últimos dois anos?
Não seria difícil saber quem compra tais “bólides” se não vivêssemos no País do “Faz-de-Conta”; por exemplo através da confrontação de Declarações de IRS, mas em Portugal, só pagam impostos os parolos que têm a infelicidade de ser assalariados. Os outros são para gozar os rendimentos
O que acabo de escrever leva-me a muitas (demasiadas) conclusões:

Não é triste termos o PIB, mais baixo da Europa?
Não é vergonhoso que grande parte dos Empresários (Patrões) em nome individual, Profissionais Liberais e também muitas Empresas, declararem prejuízos atrás de prejuízos, com o fim único de fugir aos impostos?
Não é verdade que quem tem os rendimentos mais baixos (trabalhadores por conta de outrem) são os poucos que pagam impostos neste País?

Que, na sua grande maioria, são avaliados por meninos e meninas, recém-licenciados que tresandam a arrogância a quilómetros de distância? E que do campo só conhecem o que vêem na TV?

E que faz o Estado? Despede/ desmotiva os trabalhadores dos impostos evitando pagar mais salários. Poupando com isso milhões de Euros, desbaratando, por outro lado, centenas de milhões em receitas não cobradas.

Mas há mais: por esse País fora assiste-se a uma guerra sem fim, entre automobilistas. Onde se matam, num furor assassino, por dois metros de estrada perdidos a favor do utente da fila ao lado. A pouco e pouco, vão se desfazendo as dúvidas, se é que restavam algumas, sobre os contornos e as razões que levaram à "declaração de guerra", anglo-americana ao Iraque e sob esse ponto de vista, temos na nossa praça (beco?!!), algumas cabecinhas "bem - pensantes", que apoiaram com toda a força a dita guerra.

Devo dizer, aliás, que as únicas cabeças a rolar em consequência dos últimos acontecimentos na Grã-Bretanha, não deveriam ser só inglesas ou norte-americanas, em Portugal, por exemplo, a começar pelo nosso "Primeiro" e a acabar nalguns directores e comentadores da nossa Comunicação Social, por exemplo o director do "Público", além de muitos outros. Quanto ao Primeiro, fugiu para Bruxelas, quando lhe aprouve; o segundo, lá continua no seu pedestal à espera que alguém mande a sua bonacheirice para um sítio que eu cá sei…

Digo isto apenas porque penso que revelaram uma completa falta de sensibilidade para os problemas humanitários, como os criados por uma guerra, que, está na cara, se provou ter sido encomendada a preceito, com a intenção deliberada de sugar as riquezas iraquianas, sejam petrolíferas ou outras, além de promover uma Super - Potência , única no mundo actual, chamada EUA.

Mas os próximos capítulos vão-nos trazer algumas revelações, que porão a ridículo os contornos mais obscuros deste processo.
Afirmo isto, não porque tenha fontes privilegiadas, mas apenas por pura intuição.
A seu tempo, veremos se tenho ou não razão.
Este estado de coisas, leva-me a convidar George W. Bush a enviar as suas tropas para Portugal a fazer rali nas estradas portuguesas, pois tenho quase a certeza, que se quiserem lutar, oportunidades não faltarão neste “País à Beira-Mar plantado” e quanto a mortes, o número de americanos mortos na Guerra contra o Iraque, ficaria muito aquém, com uma pequena diferença, os ganhos em petróleo Iraquiano, poderiam ser substituídos por árvores genuinamente portuguesas...e para quê o trabalho de as utilizar como combustível, as nossas árvores, além de serem de boa qualidade têm a vantagem de já estar queimadas.

Parece anedótico, mas o caso é mais para chorar que para rir.
Faz falta o planeamento que outros adoptaram há séculos, mas o planeamento não pode ser feito pelos trabalhadores, são os Gestores e os Empresários, mas os honestos, nunca os patrões, justamente porque estes últimos correm pelo lucro, o objectivo dos restantes deve ser por resultados que nem sempre correspondem a lucros e o resultado bom ou mau deve ser sempre distribuído por quem contribuiu para o mesmo numa avaliação imparcial.
Depois temos os vícios que são próprios das chamadas elites; são os fogos no Verão, as cheias no Inverno, é preciso ter azar, não se arranjarão umas catástrofes para o Outono ou para a Primavera? É que assim sempre se arranjavam mais uns tachos para outras tantas Empresas com meios aéreos e outros de combate a este tipo de problemas.
O planeamento tem de ser feito em tempo devido, antes de chegarem os problemas, nisto e em todas as coisas da vida, a limpeza e a vigilância dum pinhal, faz-se durante o ano enquanto o fogo não é um problema iminente pelas condições meteorológicas.
O ordenamento do território e a construção ordenada de forma a não invadir o leito dos rios, a não retirada de areias de forma a manter a estabilidade e o percurso fluvial, são algumas das formas de proteger as populações ribeirinhas das cheias, no entanto no nosso país, no Inverno suspiramos pelo Verão, porque estamos fartos de cheias, no Verão suspiramos pelo Inverno porque estamos fartos de fogos. Não havendo tempo entretanto para prevenir cada uma destas situações.
Acabo de ler no “Público”, uma coisa que me deixa triste, revoltado, eu sei lá que mais..., um alerta do Presidente da Federação Europeia de Peritos em Indemnizações ao nosso “Primeiro”: a fim deaccionar rapidamente os fundos de solidariedade da União Europeia para as vítimas dos incêndios, não repetindo o que aconteceu com as cheias do último Inverno no Douro, (a tal planificação, senhores!) para que as pessoas que ficaram sem os seus bens, recebessem o dinheiro disponibilizado pela União Europeia.
Mas as pessoas não receberam ajuda por falha do Governo; seria por serem velhos?
Será que a História se vai repetir? Fico à espera.
O mesmo não terá acontecido com a Alemanha, Áustria e Holanda que tiveram os mesmos problemas e beneficiaram dos fundos, porque á frente dos respectivos Governos têm gente que representa, na verdadeira acepção da palavra, os seus eleitores.
Seremos mais ricos que esses Países?
Não me façam rir! Maus políticos fazem maus países…


A seu tempo, veremos se tenho ou não razão.


Prometi e voltei: e tudo o que previra, cumpriu-se:

Não fora a mudança de governo que entretanto tivemos, e não sei se este país terceiro – mundista, ainda existia. Apesar de tudo, são sempre os mais fracos a pagar a cobardia dos políticos.
A guerra no Iraque ainda não acabou e suponho que tal não acontecerá nos próximos dez a vinte anos.

Entretanto, José Manuel Durão Barroso fugiu para o El Dorado em Bruxelas”

Continuamos com o nosso miserabilismo
Os impostos cobráveis, felizmente estão a ser encaminhados para o Estado com as penalizações inevitáveis.
A pouca riqueza de que dispomos, está a ser redistribuída com critérios mais justos.
Os privilégios dalguns senhores (vulgo directores, gestores, chefes e demais doutores) dão sinais de estarem a diminuir.

Por outro lado, temos o reverso da medalha:

Houve muitos prejudicados que ficaram pelo caminho
Deixámos fugir em termos de desenvolvimento, não só, os últimos duma Europa a quinze, mas a vinte e cinco, agora 27; e para todos os que aderirem no futuro, é só vê-los passar.
Temos boas infra-estruturas, mas somos tão mal governados.
A partir da nossa classe média vive-se tão mal…
Terá sido este, o país que os nossos pais quiseram para nós? Mas., e os nossos filhos? O que temos para lhes legar?


E cá vamos cantando e rindo, alegremente, a caminho do Precipício.

Nota:
Este texto foi escrito há cerca de 10 anos, e de então para cá, muita coisa mudou, no entanto, o precipício está cada vez mais perto.

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