A magia da pseudo representação dos trabalhadores

Das muitas forças políticas criadas na sequência da Revolução de Abril, algumas das quais se auto-intitulam de esquerda e se reclamam como tal, restam apenas um punhado de cabeças pensantes que na verdade, penso eu, não pensam nada.

Criaram o sindicalismo em Portugal, lutaram pelo direito à greve e pouco mais.

Temos neste momento, sindicatozecos às paletes, como se sindicalismo, fosse apenas isto.

Sou pela representação dos trabalhadores perante as entidades patronais, mas nunca nos moldes actuais.

Uma Empresa deve dialogar apenas com um representante dos seus funcionários, que por sua vez tem de ter o aval dos seus pares (outros sindicatos representativos do leque de trabalhadores dessa Empresa) e nomeado para dialogar com a empresa, por um período definido(três ou quatro anos, no mínimo).

Actualmente, uma empresa, com 20 ou mais categorias profissionais, tem de negociar com o mesmo número de representantes sindicais:

Deixa de ser uma negociação, e passa a ser uma confusão;
perdem as categorias de nível mais baixo e por outro lado, Sectores com uma importância relativa mas que conseguem paralizar as principais actividades da Empresa, saiem sempre a ganhar, mesmo que o seu trabalho, não seja tão importante, como os seus representantes às vezes nos querem fazer crer.

Dou alguns exemplos: Os maquinistas na CP, os pilotos na TAP, etc. etc. etc.
As outras actividades nessas empresas, são tão necessárias e nobres, senão mais, que qualquer uma destas, no entanto a diferença salarial entre elas é abismal.

Os representantes dos trabalhadores devem ser substituidos sempre que os trabalhadores o julguem necessário, de forma a não criarem cumplicidades com os negociadores do outro lado da barricada, evitando, assim, que alguns cheques em branco circulem por debaixo da mesa.

A avaliação do bom desempenho dos sindicalistas nunca deve ser feita, senão pelos seus representados, que periodicamente lhes vão retirando ou renovando a confiança,
em eleições directas, livres e sem ligações políticas a Partidos.

No que respeita ao desempenho dos trabalhadores sindicalizados ou não, o processo deverá sempre, ser controlado pelo trabalhador em causa, através de representante jurídico do mesmo, e na sua presença.

Sendo sindicalizado, o trabalhador poderá ser substituido ou assessorado pelo representante sindical, mais o jurista referido; em qualquer caso, com relatório detalhado e assinatura de quem fez a avaliação.

Estas minhas conjecturas têm como objectivo apenas, evitar os abusos que se têm verificado até agora por parte dos representantes das Entidades Patronais.

Devo dizer que se fosse Empresário, sentir-me-ia mais confortavel se o processo fosse tão transparente quanto isto.

Comentários

Anónimo disse…
BalAraMan,

Entrei e já li um pouco dos teus posts. Falas em temas interessantes. Vou ler com mais tempo e logo faço comentários.

Abraço

Zé Maria

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