Conceitos




















Burro e Doutor

Não sei que deu no burro
Não quer as couves que dou
Escoiceia, zurra, e morde
Teimoso...não vai onde vou

Quererá o que não tem?
Uma burra p’ra cobrir?
Um palheiro p’ra dormir?
Descansar do seu trabalho?

Do animal, gosto muito
Que de burro tem o nome
Tão dócil, não faz mal
Como alguns bímbos/doutores

Tanto asno de duas pernas
Com canudo a condizer
Enrolem-lhe papel higiénico
P’ra limpar o “sim Senhor”

A utilidade do diploma
Resume-se apenas a isto:
Pendurado na parede
Para, por todos, ser visto

Com o papel enrolado,
Outros galos cantarão
Limpa a bunda do seu dono,
Ou suas visitas que são...

Doutores por obra e “graça”
Com “Dê Erre”, sim Senhor
Mas nenhum tem a noção
De ensinar, ser Professor

Temos resmas de pessoas
Que vivem sem o canudo
Mas deixam obra feita
Por um trabalho de faz tudo.

Outros há que, com diploma
Fazem por outros Senhores
Trabalhos de mecânica, limpeza...
O Curso valeu-lhes horrores.

Um canudo não trabalha,
É apenas informação
Se sem ele, não fazes nada
Com o dito…também não.

Comentários

Ailime disse…
Mas qual "António Aleixo".
Adorei!
Esta crítica em verso está óptima e muito actual, mesmo a condizer com muitas das pessoas que tão bem conhecemos lá para aqueles lados...
Parabéns pela sua poesia!
Merecia estar em lugar de destaque para ver se algum "burro/a" (quem sou eu para isto dizer?) tinha vergonha e se revia nas suas palavras, o que duvido.
Um abraço e força!
Unknown disse…
Bem meu amigo, adorei esta poesia, qual Cntiga de Mal Dizer... ou diria de bem dizer, pois nem todos conseguem assim expor a "burraria" :D que por aí anda a zurrar.
Esta poesia faz-me lembrar a do meu pai que era ele também um bom poeta, e também ele crítico e preciso no seu criticar.
Já eu, por muito que goste de escrever e fazer poesia, não consigo ter jeito para este tipo de crítica oportuna e incisiva!
Continua assim, mas partilha... nós gostamos!
kiss
Ana

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