Conflito de gerações

Ando há uns tempos para comentar este assunto, que cada vez mais, nos preocupa a todos:

A juventude que vemos nas nossas cidades, vilas ou mesmo aldeias, para além dos números da demografia, tem muito pouco a ver com a juventude de outros tempos, isto sem querer diabolizar uma ou outra.

Fui educado no respeito pelas pessoas, independentemente, do que pensam, mas quero frizar isto: o conceito de respeito é muito vasto e nem sempre coincide, com o que pensa o "velho careta" ou o "jovem inconsequente" e concretizo:

Desrespeitar é, entre outras coisas, acusar e arrogar-se no direito de não cumprir o que defende, além de má educação, é também incoerência e falta de ÉTICA.

Depois, a esperteza de se auto-apelidar de "arauto da defesa dos bons costumes", impondo à outra parte aquilo que deveria ser o primeiro a executar.


Numa família, esses actos são evidenciados no dia a dia e dou alguns exemplos:


• A defesa da verdade, sempre..., mas que ninguém, mas mesmo ninguém, consegue cumprir a 100%. Pelo menos ainda não encontrei ninguém, nos meus cinquenta e alguns anos de vida, totalmente impoluto, a esse nível.

• A defesa incondicional dos filhos ou dos pais, quer estejam certos ou errados, repare-se que estou apenas a falar de comportamentos.

• A vitimização perante alguém que nos aponta o nosso suposto desrespeito por um rol de situações defendidas, como éticamente reprováveis.

• Vitimização para mim e creio que, para todos, significa embuste, mentira e o fazer pensar aos outros que o seu comportamento(dele), fragilizou o seu interlocutor.

• Os filhos intocáveis físicamente, que se arrogam no direito de diabolizar os pais devido a uma eventual "sacudidela de pó", levando os pseudo-agressores, muitas vezes a situações de autoculpa-limite.

• Dar um tabefe nunca matou ninguém... nem lá perto, antes pelo contrário, se dado na hora certa, pode até contribuir no tempo, para um ambiente famíliar mais calmo; é claro que tudo isto é relativo.



E... por ambiente familiar, uma das contribuições para sua degradação, é a violação de regras essenciais tais como:

1. A não repartição de tarefas equitativa entre os seus membros, pais, filhos e outros que convivam no mesmo espaço, com condições particulares pontuais a ter em conta.

2. Refeições a horas incertas que deviam ser partilhadas por todos em simultâneo, no espaço e no tempo.

3. Tomar como certo o que aos olhos da maior parte dos membros da família, é errado;



Consequências para o nosso "dia a dia":


• Em casa, degradação das relações familiares entre pais e filhos.

• Na escola, tudo o que de mau nos últimos tempos vai acontecendo e que quem anda minimamente informado conhece, ao nível do ambiente escolar: desrespeito pelo papel do Professor e/ou destruição dos equipamentos escolares sob o olhar cândido, ou com o conhecimento dos papás ou mamãs, babados.

• Na Sociedade: violência por jovens executantes, chegando ao limiar de a delinquência ter por agentes, crianças a partir dos oito anos de idade.

• Impunidade numa 1ª análise e paralisia do nosso Sistema de Organização Social.

• Violência com níveis alarmantes, atingindo a Sociedade Portuguesa.

Que fazer?

1. A defesa e implementação de valores comuns de Ética, Educação e respeito pelos outros, independentemente de ser ou não, o que defendemos.

2. Punir os prevaricadores exemplarmente: meninos delinquentes, para uma Instituição que lhes ensine as boas práticas da Sociedade em que vivem, os Educadores laxistas além de punição em Tribunal, ficarem sem a tutela dos seus rebentos ou quaisquer outros educandos que lhes tenham sido confiados.

3. Defendo muitas outras atitudes que, pelo menos diminuiriam o atoleiro em que caímos e não me refiro apenas à Sociedade Portuguesa, só que nós portugueses temos um defeito entre outros: em vez de implementarmos as boas práticas de países-referência, que deram bons resultados, temos a maldita tendência de trazer para cá, o que de pior vimos lá fora.

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