CATALUNHA



A declaração de independência da Catalunha, discordando da forma como foi feita mas também, da reacção do governo de Madrid, veio pôr a nu as fragilidades desta pseudo-União Europeia, que devia transformar-se urgentemente, em Federação, para cumprir na íntegra, o projecto fundador, único aceitável por quem, como eu, defende uma EUROPA inclusiva, preocupada com as pessoas, enquanto titulares de uma cidadania que não se compadece com os disparates na resposta à crise que nos assolou, mas também na incapacidade patética em responder a estas declarações independentistas e nacionalistas que revelam, quanto a mim, demasiadas falhas na solidariedade devida a Madrid ou qualquer outro Estado europeu.
A Catalunha, como Portugal ou a Espanha no seu todo, tiveram ao longo dos respectivos processos de integração, a ajuda dos restantes países europeus; umas vezes, ajudas bem geridas, outras infelizmente demasiado mal geridas, para enriquecimento de alguns, com políticos ambiciosos e irresponsáveis e dou só um exemplo mais que conhecido:
Cavaco Silva, que destruiu a nossa agricultura, as nossas pescas, em detrimento de políticas do betão em Portugal, bem como a destruição do nosso património ferroviário de via estreita que ao invés de ser desactivado, poderia ser reaproveitado para metros ligeiros de superfície ou rentabilizado em termos de visitas escolares e turísticas, a exemplo de outros estados no mundo.
Mas comecei este texto com o foco na Catalunha: creio que estamos num tempo de união, não de divisão. A Catalunha tem recursos suficientes para
ser independente? Duvido muito: qualquer país ou região, mesmo a poderosa Alemanha nunca sobreviverá, sem os seus parceiros mais directos. Para fabricar em massa, sejam automóveis, electrodomésticos ou ferramentas variadas...tem de haver quem os compre e que eu saiba, só mesmo com a exportação, conseguem esse objectivo.
A Espanha deve funcionar como um todo. As políticas de defesa, de administração interna, de justiça, deveriam ser executadas para todos os Estados-Membros, a partir da União Europeia e retiradas mesmo, a cada um deles, com enfoque único na solidariedade com todos os cidadãos do Espaço Europeu.
Nos últimos dias tivemos/temos um chefe de governo, preso em Bruxelas, em moldes e com regras diferentes do que seria, se preso em Madrid; isto é no mínimo ANEDÓTICO: Justiça igual para todos os europeus, polícias, bombeiros, ajudas em catástrofes a partir de Bruxelas, Defesa do território Europeu, num sistema único de Defesa, sistema financeiro sediado nas Instituições europeias.
Tudo o que seja políticas desgarradas, em que cada um funciona por si...são inaceitáveis e só contribuem para o desmoronamento do PROJECTO EUROPEU.

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